domingo, 22 de maio de 2011

A CRIANÇA E O ADOLESCENTE EM 1o. LUGAR

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) coloca os seus tutelados como prioridade em atendimentos e políticas públicas. Cuidar da criança e do adolescente é fator primordial para que possamos construir uma sociedade melhor. Nossos pequenos são o futuro e se não cuidarmos desse futuro não o teremos, ao menos da maneira que desejamos. Hoje, assistindo a um programa de esporte, assisti uma matéria que mostrava uma escola pública da periferia da Austrália, onde os mais pobres estudavam. Escola em tempo integral, sala de musculação, ginásio esportivo, pista de atletismo e diversos espaço para prática de esportes. Claro que o programa mostrou a parte que competia ao esporte, mas deu para perceber que ali, os alunos eram tratados de forma adequada e podiam durante todo o dia desfrutar de várias atividades fazendo com que a Escola se torne um espaço completo. Uma pergunta eu me faço: Por que nossas Escolas não são iguais? Muitas respostas poderiam ser dadas, mas a mais certa é que falta interesse público e político real e quando digo real, digo de práticas e não de discursos.

Muito se fala em diminuição da maioridade penal, em penas mais duras para os adolescentes que praticam ato infracional, mas o problema de nossa juventude ultrapassa os limites de uma simples legislação. O problema está na abrangência das políticas públicas que além de insuficientes são ineficazes.

A criança fica cerca de quatro horas em uma sala de aula. Em muitos casos dentro de prédios totalmente inadequados para um ambiente escolar e sem o mínimo de espaço para as práticas de uma Escola que não se resume às atividades curriculares de sala, mas vão aos pátios onde ocorre a interação através de brincadeiras e atividades extras. Chegamos ao ponto das Escolas agendarem as reuniões de pais de alunos em etapas, pois o espaço físico da unidade não é capaz de comportar as famílias reunidas.

Os projetos de contra-turno nem sempre atendem ao seu objetivo, começando pela escolha de seus educadores, não desqualificando estes, mas a forma pela qual são escolhidos e remunerados. Pagam um valor muito pequeno para responsabilidade do projeto e são tratados como voluntários e não como profissionais. Os voluntários acabam abandonando o projeto, pois precisam trabalhar e ao receberem melhor oferta, que não é difícil, são obrigados a deixar seu "voluntariado" de lado e optar pelo seu sustento e com isso os vínculos não são construídos e nossas crianças ficam desmotivadas. Precisamos destacar ainda que muitos projetos são desinteressantes.

O sonho de todo pai é ver seu filho chegando à Escola pela manhã, tendo acesso a alimentação, esporte, cultura, lazer, saúde e profissionalização e que ao chegarem à idade adulta possam estar verdadeiramente preparados para a vida seja qual for sua área de atuação. Em muitos Países as seleções para o Esporte, Universidades, Empresas e demais atividades ocorrem em sua maioria nas Escolas, pois é um ambiente de construção de conhecimento e dignidade.

Precisamos cobrar de nossos governantes mais responsabilidade para com a educação e permitir que o futuro de nossas crianças seja construído pelo acesso a uma educação de qualidade.

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