sábado, 10 de setembro de 2011

A FÉ E A POLÍTICA - O DEVER DO CRISTÃO

     "A Igreja sente como seu dever e direito estar presente neste campo da realidade: porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política. Por isso critica aqueles que tendem a reduzir o espaço da fé à vida pessoal ou familiar, excluindo a ordem profissional, econômica,social e politica, como se o pecado, o amor, a oração e perdão não tivessem importância ai" (Puebla n. 515).
     Temos a tentação de achar que por sermos cristãos não devemos nos misturar com as questões políticas, pois estas estão corrompidas e acaba parecendo que fé e política não podem caminhar juntas. A Igreja e como Igreja não se faz de pedras, mas de pessoas não pode ficar parada e de certa forma conivente com a cruel realidade que muitas famílias vivem, mas precisa trabalhar para dar dignidade, cobrar atitudes e mostrar sua opinião nas mais diversas situações sociais. Somos chamados a ser sal da Terra e luz do Mundo e assim devemos ser em todos os aspectos de nossa vida. Há quem diga que Igreja não é local de ser fazer política, mas política é a capacidade que todos temos de gerir o mundo em que vivemos e como ser sal e luz se deixo com minha omissão o lugar em que vivo se gerido por pessoas que sequer sabem o sentido da palavra solidariedade, caridade, amor ao próximo, dignidade? O altar é local sagrado e deve ser reservado aos atos a ele reservado, mas os espaços da Igreja, os grupos e pastorais devem debater o tema, estabelecer critérios de escolha e obrigar àqueles que querem ocupar cargos públicos que assumam compromissos que realmente melhorem a vida das pessoas. Não podemos permitir que nossa fé que alimenta nossa esperança seja ferida por nossa omissão, pois não somos apenas chamados, mas convocados a construir um mundo novo, onde a vida seja tratada com dignidade, as famílias aparadas e as pessoas respeitadas como protagonistas sociais que são. Ao dizer sim a CRISTO não posso me furtar ao combate, mas preciso combater de cabeça erguida, certo de que sou impulsionado por uma força maior e estou vestido da couraça da fé e dessa forma conquistar espaços, estabelecer prioridades e arregaçar as mangas para construir a nova realidade que tanto almejamos.
     Todos somos chamados a uma vocação para que assim possamos ocupar nosso espaço na Igreja e Sociedade. Com isso não podemos viver por emoção, mas por escolha, pois a emoção é um sentimento passageiro, enquanto a escolha é fruto de uma decisão madura. Não adianta querermos que os bonzinhos sejam nossos gestores, mas precisamos escolher os vocacionados. Precisamos conhecer as pessoas, analisar seus pensamentos e propostas, discernir se este é ou não o seu chamado. Assim teremos a possibilidade de uma escolha certa e frutuosa.
     Estamos há um pouco mais de um ano das eleições e muitas são as movimentações políticas. Precisamos também nós cristãos iniciar nossas movimentações, criar estratégias de atuação e estabelecer nossas diretrízes baseadas na nossa fé e doutrina. Dessa forma estaremos prontos e não cairemos em ciladas que prejudicará muitas vidas e com a vida não podemos brincar.

Rodrigo Lopes - Camelo
Conselheiro Tutelar

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